quinta-feira, 30 de abril de 2009

XIII. Aquele Que Encerra

“It's never enough to say I love you
No, it's never enough to say I try
It's hard to believe that's there's
No way out for you and me
And it seems to be,
The story of our life”


Reprimo a dor no meu peito e, um tanto enfraquecido, desato a escrever. Não há um antídoto para este veneno, e impotente, assisto meu corpo ceder à derrota iminente. Dói-me acreditar neste intransponível muro, principalmente quando por um longo período de tempo tudo o que pude visualizar foi a vida além deste. Mas ele existe, e respiro fundo para aceitá-lo. Perdoe-me se precisei de seus óculos para tal. Entenda, não posso confiar apenas em minha mente e minha capacidade imaginativa. Pois muito aprendi e conclui; eu odeio meus devaneios.


“Nobody wins when everyone's losing”


Tão breve quanto puder ser. Tranco-me em meu universo de luz baixa, e choro por ter acreditado em mim. Tranco-me no lar da segurança, e choro por ser inseguro. Tranco-me no porão de minha mente, e choro por ver distante meu admirável troféu. Não sinto a chuva, não sinto o cheiro do paraíso, e vou à nocaute ao notar que não há - nem haverá mais - a sinestesia. E você sente a dor junto. Estamos sendo corroídos. Os móveis estão fora de lugar. O consciente sino soa, é hora de ajeitá-los.


“Oh, it's like one step forward and two steps back
No matter what I do you're always mad
And I can't change your mind.”


Planejei-me como pude para enfrentar o poético e insano “mundo furioso”. Meus objetivos estavam redirecionados ao esclarecimento. Precisava provar a importância das tentativas, mostrar que as peças da engrenagem nublada de uma mente confusa logo se encaixariam. No entanto, logo provei minha incapacidade novamente. Não há mais páginas, o livro termina com um triste fim. E não há tantas complexidades para isso, é fácil compreender o destino de um perdedor. Foi derrotado.


“Oh, it's like trying to turn around on a one way street
I can't give you what you want
And it's killing me

And I, I finally see
Maybe we're not meant to be”


Por fim, anuncio que não há palavras finais. Perderam-se no meio do cinza, perderam-se quando as luzes se apagaram. Saturo-me de lamentações, sofro uma overdose de frustração. E como gostaria de ser complementar a suas cores, ser o brilho necessário de uma noite escura sua. Porém, não representar tais funções comprime minha existência. E com uma alegria melancólica eu digo “adeus”. Peço perdão por ser uma estrela em constante queda. Então encarem meu triste olhar e façam um pedido.


“Baby I'm sorry to see,
Maybe we're not meant to be”

3 comentários:

Daani disse...

O mundo furioso vai acalmar. [e até parece que é só isso o meu comentário ;*]

Julia disse...

você voltou com sinestesia, vc não falava disso há um tempo, sabe? é assim biel, as pessoas normalmente vivem até mais dos 60 anos, vc já imaginou quanto sofrimento uma pessoa dessa idade já passou? muito mesmo, tanto quanto você ou mais. e muitas sorriem... sabe, talvez esse seja o fim, ou você pode olhar como o início, é tudo uma questão de ponto de vista. e o tempo? o tempo vai continuar passando do mesmo jeito que passou ontem e que vai passar amanhã, vai passar e só passar. o cinza, a falta de contraste é só um pedaço de um grande tecido que você não sabe a cor.

quando as luzes se apagam...
muitas sorriem.

admin disse...

They say there's an exit at the end. But I can't see it: there's no light here.