sexta-feira, 17 de abril de 2009

XII. No qual se encontra a consciência e se procura a cura

“'Cause I try to climb your steps
I try to chase you down
I try to see how low I can get down to the ground
I try to earn my way
I try to tame this mind
You better believe that I am trying to beat this”


Caso queira me situar em uma escala de valores, procure-me próximo à base. E quanto vale a dedicação à vida utópica? Quando você não encontra nem ao menos o reconhecimento, é quando descobre que seu objetivo não é ser o nadador mais rápido, apenas luta para não se afogar sozinho. Reduzi-me a uma vida de tentativas, aguardando pelo desconhecido. Difícil tomar consciência que estive esperando por um universo vazio. Talvez seja apenas doloroso acreditar que a semente nunca nascerá em meu solo. Mas juro que estou procurando partir, juro que estou.


“So when will this end
It goes on and on
Over and over and over again
Keep spinning around I know that it won't stop
Till I step down from this for good”


Não obstante, devo acrescentar que já estou consciente do tipo de doença que tenho. Encontro-me envolto em um tornado, aguardando um fim, que oniricamente deveria ser um começo, mas ironicamente é um ciclo - e não possui começo, tampouco fim. E se já me desacredito, vejo que devo saltar do tornado, portanto a doença apenas cessa se eu quiser. Procuro elementos, alternativas, a cura. Talvez eu a encontre em um campo perigoso, onde eu respire veneno. Arriscado, porém coerente. Histórias para novas temporadas em meu jogo de luzes e palavras.


“I never thought I'd end up here
Never thought I'd be standing where I am
I guess I kind of thought that it would be easier than this
I guess I was wrong now one more time”


Já fui a prosopopéia do otimismo, já acreditei em leis inexistentes, já sonhei e rezei por tempo o suficiente. Já beijei o chão, já me reduzi a um decompositor qualquer, já admirei a vida pelo ângulo inferior. E como imaginei e pintei um futuro. Talvez foi o que mais fiz. Mas falhei no leque do destino, pensei ter imaginado todas suas cartas, não era verdade. Jamais imaginei que estaria dessa maneira. Mas não me surpreendo, acredite. Uma vez mais, eu falhei.


“Would you believe me if I said I'm tired of this?
Well here we go now one more time.

Sick cycle carousel.”


Com trechos de:

Um comentário:

Julia disse...

Não obstante seu conto ser distribuído pela sala e você gabaritar uma redação, você ainda faz um uso perfeito do seu ótimo português pra causar inveja. Eu não li seus textos na ordem e espero ler. Acho que dessa vez eu volto com o blog e volto a acompanhar decentemente os outros.

e acreditar que um erro é o fim é condenar toda uma vida de possíveis acertos que serão mortos. e eu não estou dando uma de Polianna ou seja lá como escreve o nome dela.