quinta-feira, 23 de julho de 2009

Rastro de luz

Poderia ser uma estrela qualquer, quiçá apenas um avião muito bem iluminado, mas por algum motivo eu colocara em minha cabeça que aquele objeto brilhante que cruzava o céu era um cometa. Nunca entendi muito de ciência, eu confesso, quão menos costumo me atualizar com as notícias que passam pela televisão, portanto não tinha certeza se estava presenciando um fenômeno raro e milenar aguardado há muito por tantos. Mas o fato é que havia algo incomum se locomovendo no céu, e minha teimosia afirmava: era um cometa!
Senti a necessidade de compartilhar aquele momento com alguém, evitando assim ser dotado de louco caso contasse em um futuro que havia visto um cometa. Aquela praça sempre me trouxe uma amarga sensação de solidão, mas naquele dia assentia da presença não somente minha, mas também de um rapaz de pose curvada e expressão vazia em seu rosto. Caminhei com uma certa velocidade até ele, sem tirar os olhos do objeto, que lentamente fazia seu percurso pelo céu.
– Veja! Veja! – Gritei com demasiada empolgação – No céu, veja!
O rapaz ergueu sua cabeça em minha direção, e não naquela em que meu dedo apontava com agitação, e com uma voz rouca disse:
– Desculpe senhor. Eu não posso ver. Sou deficiente visual.
Tirei minha atenção do possível cometa pela primeira vez. Olhei o rapaz com cuidado. Embora vazia, sua expressão não era triste, era um jovem elegante, muito pálido e magro. Seus olhos repousavam sobre mim, como se me diagnosticasse, embora o rapaz afirmasse não enxergar.
– Perdão. – Respondi hesitante. Para ser sincero, não sabia exatamente o que dizer, optei pelo que julguei ético, e voltei minha atenção ao suposto cometa, que preparava-se para sumir por trás de um arranha-céu.
– Com licença, senhor. – Ouvi a voz rouca dizer por trás de mim – Apenas por uma questão de curiosidade... poderia saber o que se há de importante para ser visto?
Voltei ao rapaz. Ainda tinha seus olhos sobre mim, e um sorriso reforçava sua expressão, que transmitia simpatia.
– Eu não tenho certeza. Acredito que seja um cometa viajando pelo céu. Um pouco lento, é verdade, mas não pode ser um avião, eu saberia se fosse, e como eu não acredito em ufologia, não me resta muita opção...
O rapaz riu, como se eu tivesse contado uma piada. Não me incomodei, pelo contrário, senti que de certo modo o diverti naquela noite entediante. Admirei-o com uma estranha curiosidade.
– Pois bem... – Disse ele, ao conter o riso – Se vês um cometa... que faças um pedido! – E abriu seu maior sorriso, eliminando o antigo vazio que ocupava aquela face.
Sorri junto, e ocupei-me de olhar para o céu, onde notei que estava prestes a perder de vista o fenômeno, que por pouco não se escondia definitivamente atrás do grande prédio.
“Ela... irá... me... desejar!”, pensei em uma fração de segundos, enquanto o brilho finalmente saía de meu campo de visão, deixando o vazio da noite ocupar o céu. Admirei a paisagem negra, tal como o silêncio que se fez após a partida do cometa. Permaneci imóvel, sentindo-me privilegiado e envolvido por uma aura – que diria com ousadia – mágica. Interrompeu o silêncio então aquele rapaz:
– Desejando alguém? – Perguntou ele.
– Que alguém me deseje. – Corrigi, sem saber exatamente por que o fiz.
– Foi o que eu disse, naturalmente.
O jovem se levantou do banco, tateou-me na altura dos ombros, e sorriu novamente para mim, balançando a cabeça como em sinal de despedida. Virou-se e partiu pelo caminho de terra que se formava por entre a grama baixa da praça, o corpo curvado ainda.
– Hey! – Gritei, interrompendo seu caminhar – Posso fazer uma pergunta? – Eu disse, hesitante. Ele, sem se virar para minha direção, sinalizou com a mão para que eu prosseguisse. – Como sabia sobre o que tratava meu pedido?
E após um curto intervalo de espera, respondeu:
– Apenas uma sugestão, senhor. Tão somente um palpite.
E ele partiu. Sabia eu, naquele instante, que jamais descobriria como um jovem cego caminhava por entre uma praça sem o uso de quaisquer guia, e jamais saberia se presenciei a passagem de um autêntico cometa pelo negro céu daquela noite. E ambos partiram, tornando vazio o semblante daquela praça muda que insistia em me trazer uma doce sensação de solidão.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mudo

– POR QUÊ? – Gritei o mais alto que pude em direção ao céu; nuvens negras e pesadas desenhavam o teto celestial agressivo que me encarava. Pude sentir as veias pulsando em minha garganta, tão vibrantes quanto o relâmpago que cruzava a paisagem cética e mórbida a meus olhos. Dei mais três ou quatro passos nervosos para frente, o olhar fulminante ainda voltado ao céu negro, e utilizando de minha voz falha, tentei novamente: – POR QUÊ?
Não obtive resposta. Quão menos o estrondo de um trovão surgiu desta vez para assistir a meu semblante de luto. Já devia ter me acostumado; uma vez mais, estava sendo ignorado.

[Arte Do Album] 02 - Drive

domingo, 5 de julho de 2009

Like ones and twos and threes and fours!

AHÁ! =D
Vim aqui por SETE motivos:

- Primeiro para anunciar oficialmente que minha internet voltou. Sim!! \o/ Até soltaria fogos para comemorar, se não fosse o fato que não agüento mais ouvir rojões desde que o curintia ganhou a copa na quarta, e de repente me senti em plena guerra do Vietnã. Poderia soltar “biribinhas”, se não tivesse gasto todas em cima do meu primo. Por fim, aquelas bombas caseiras não seriam uma má idéia, mas lembrei que gastei as bombas em um certo banheiro! oO Então, fica aqui o meu uhul feliz: UHUL :D!

- Segundo para garantir a vocês: Vida sem internet é uma bosta! Só quem já ficou sem internet sabe da dor que senti. Tirando os dias que saí de casa para fazer um bolo de limão, comer cereal da Hanna Montana e assistir um anime aleatório, fui condenado a passar tardes no meu quarto trancado, ouvindo meu best of do Radiohead, entoando junto com o Thom Delícia o refrão “but I’m a Creep”, enquanto fitava com raiva meu computador desligado, xingando mentalmente a mãe de todos funcionários da telefônica (se o seu pai é funcionário da telefônica, peço perdão desde agora por ter xingado sua vó).

- Terceiro para agradecer os elogios do Flit. Bom, fiquei sem internet desde aquele dia e não pude fazer um “agradecimento oficial”, então aqui está: Obrigadoooo a todos que assistiram (com muita paciência porque demorou pacas), a todos os atores que dividiram a coxia comigo (dentre eles só o Danilo vai ler isso, mas enfim), a todos que me elogiaram e gostaram da parte da peça que escrevi, do mágico de Oz. Vocês não podem imaginar a felicidade que me vinha a cada coisinha que me falavam! Vocês que são demais! Obrigado papai do céu que me fez decorar todo aquele bando de fala do machado em dois dias! =P

- Quarto: esse é especial para xingar o Speedy, a Telefônica, e todos os comparsas dumal que me tiraram a internet duas vezes! Quero que todos vão para a pqp! u_u

- Quinto para dizer, MEU, SHOW DO THE KOOKS BOM DEMAAAAIS! O Luke exorbita no palco, o Paul é O bateirista, e o Hugh é muito feio, mas toca muito! *-* Uma garota histérica atrás de mim me deixou surdo do ouvido esquerdo. Foi de propósito, eu sei... só porque eu estava na GRADE e ela não! MUAHMUAH

- Sexto para mandar um beijo para todos! E isso prova que eu não tenho mais o que escrever! =D

- Ah sim, em sétimo e último lugar, deixo um gráfico que encontrei em um blog aleatório, muito plausível e coerente com o momento:


*O primeiro post que existe por sete motivos e mesmo assim não tem utilidade alguma!
** Título aleatório como o post. Trecho de "Time Awaits" - kooooks! *-*